A morrer com um nó no coração

Preciso de tempo, de tempo para pensar, de tempo para viver aquilo que vivo agora. Quanto mais depressa passa o tempo, mais depressa eu morro por dentro. As feridas não saram, continuam, escravizam-me cada vez mais nesta dor tão funda.

Quanto mais finjo que não me importo mais um punhal me é incutido, mais me dilacera o coração com tamanho sofrimento. Não queria voltar, não queria jamais ter de viver aqui tão perto isto. É uma dor horrível, é um pesar que tento ultrapassar sempre, mas acho que já me venceu, há muito tempo me venceu, me destruiu, me levou com ele para longe.

As lágrimas essas, já são uma constante, uma vida, uma parte de mim, os pesadelos continuam, aprendi a viver com eles assim.

Porque tive de ir, porque tive de viver isto tudo e saber que me estava a matar, e saber que caminhava para um suicídio certo, ao saber que mais seria impossível suportar. Sentir-te e não te poder tocar, viver e não saber por onde estás.

Queria só viver, queria só não ter de passar por isto. Todos os anos uma batalha, todas as vezes uma dor mais intensa. E todas as vezes uma morte. O meu coração não existe mais, morreu, ficou onde ele está, e lá que irá sempre ficar. Continuo a sobreviver todos os dias sem ti…

 

Que dor, ho que dor meu coração, porque me obrigas a isto, porque tenho de viver sempre assim, porque me massacro desta maneira. Vivo alem da dor que isto me causa e choro por aquilo que ela me deixa todos os dias. E quando aqui estou sinto que estou tão perto de avançar, de morrer novamente, de mergulhar num abismo sem dor, e quando me sento perdida, algures por aqui, pelos nossos recantos, pela historia da nossa vida. Sinto que não se trata mais que uma ilusão que passou, uma tristeza que ficou para me matar por dentro. Preciso de respirar, deste sufoco constante, mas nem forças mais tenho.

Um fim de semana maravilho para esquecer